...
Hoje, guardam-se as máscaras.
Tiramos a maquilhagem e apanhamos as serpentinas. Hoje, o dia acorda, novamente, sério. Cinzento. Sisudo. Hoje, já não se admitem sorrisos. Não caem bem, logo pela manhã. Temos dias programados para ser feliz. Onde nos permitimos ser feliz. E, hoje, ser feliz não vem no programa. Ainda ontem sorrimos e, hoje, já esquecemos como se faz. (Re)programamo-nos para o que está socialmente estipulado e para o que esperam de nós. Para o que esperam que sejamos. E, hoje, não esperam que continues a ser feliz. Que continues em festa. Que faças da vida uma festa. Mas, hoje, também conta. Já repararam quem chegou? Ou estão demasiado ocupados em serem cinzentos que se esqueceram que este é o mês que nos traz as cores, o arco-íris, o chilrear dos pássaros e o verde dos campos? Não passem muito tempo a serem cinzentos. A vida está a contar. Todos os dias contam. Sim, hoje, também. O mundo «faz de conta» foi ontem. Hoje, é sem máscaras. Hoje, a vida conta contigo. Sem adereços. Hoje, a vida oferece-nos Março. Um mês que repõe a ordem natural das coisas. Um mês que se veste de todas as cores, que nos lembra que depois da tempestade vem a bonança, que depois do cinzento vem a cor. Os dias deitam-se cada vez mais tarde. Até eles ficam mais um bocadinho, todos os dias, para te lembrar que também tu deves ser, todos os dias, mais um bocadinho…feliz. A vida está a contar. Todos os dias contam. Sim, hoje também.